A piora nos preços dos ativos brasileiros se deve a fatores domésticos, como major intervenção na Petrobras, tentativa de interferência em empresas e flexibilização do arcabouço fiscal.
Ao longo dos últimos meses, o governo realizou uma série de ajustes controversos que afetaram a credibilidade fiscal do Brasil e sua relação política com o Congresso.
Esses ajustes exigem um cuidadoso ajustamento para garantir a adequação das políticas públicas e a correção dos rumos econômicos do País.
Ajuste e Intervencionismo na Petrobras
O recente episódio de major intervenção na Petrobras e a tentativa de interferência em empresas privadas têm gerado debates acalorados sobre a adequação das ações do governo. A flexibilização do arcabouço fiscal, somada à elevação da meta fiscal para os próximos anos, tem sido alvo de críticas e questionamentos por parte de diversos setores da sociedade. A judicialização da desoneração da folha de pagamentos e a subsequente emissão de Medida Provisória para lidar com a situação têm sido pontos de tensão no cenário econômico atual.
Ajustamento e Confiança nos Mercados
Esses eventos têm contribuído para uma percepção de risco fiscal de médio prazo, impactando os preços de ativos brasileiros e as expectativas dos agentes econômicos. A narrativa ‘anti’ ajuste das despesas públicas adotada pelo presidente tem gerado incertezas e minado a confiança dos investidores. Para atrair financiamento para a dívida brasileira, é crucial que o governo demonstre capacidade de realizar correções e garantir o pagamento de suas obrigações no futuro.
Adequação do Arcabouço Fiscal e Desafios Econômicos
O arcabouço fiscal proposto pela equipe econômica busca justamente estabelecer regras que obriguem o governo a organizar suas contas e equilibrar sua relação dívida/PIB a longo prazo. As recentes flexibilizações nesse arcabouço, como a redução da meta fiscal e a facilitação de novos gastos, têm levantado preocupações entre os investidores, enfraquecendo sua confiança na capacidade do governo de tomar as medidas necessárias.
Correção Política e Risco Institucional
O relacionamento entre o executivo e o Legislativo desempenha um papel crucial na estabilidade política e fiscal do país. Um executivo mal relacionado com outros poderes enfrenta maiores desafios de governabilidade, o que pode aumentar o risco político e afetar diretamente as decisões de investimento. A tentativa de alteração na regra de compensação de créditos tributários é um exemplo recente que ilustra essas dinâmicas.
Desafios Externos e Internos
Embora o cenário externo tenha apresentado alguma melhora nas taxas de juros de longo prazo nos EUA, fatores domésticos têm sido os principais impulsionadores da recente volatilidade nos preços dos ativos brasileiros. A oscilação dos ativos locais não tem mais sido ditada apenas por fatores externos, como ocorreu nos primeiros meses do ano. A elevação do risco fiscal e político, combinada com os sinais emitidos pelo governo, tem contribuído para a depreciação da moeda brasileira.
Fonte: @ NEO FEED
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