Urna fechada às 20h locais, menores abstenções em 40 anos nas eleições legislativas francesas.
O pleito inicial da eleição legislativa neste domingo no país gaulês promete ser um desafio para o presidente Emmanuel Macron, que enfrenta a possibilidade de uma derrota expressiva, comparável ou até superior à votação francesa para o Parlamento Europeu em 9 de junho, conforme indicam as pesquisas. O partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), sob a liderança de Marine Le Pen, projeta conquistar a maior representação na Assembleia Nacional, composta por 577 cadeiras.
Em meio a esse cenário desafiador, a figura de Macron se vê confrontada com a perspectiva de um revés político significativo, colocando em xeque sua liderança e estratégias. A possibilidade de a presidente Emmanuel Macron enfrentar uma derrota expressiva nas urnas ressalta a complexidade do atual panorama político na França, com o crescimento da influência da Reunião Nacional e o desafio de manter a coesão dentro de seu próprio partido diante das pressões eleitoriais.
Macron: Presidente da França enfrenta desafios nas eleições legislativas
O segundo turno das eleições legislativas na França está marcado para 7 de julho. O fechamento das urnas ocorreu às 20h locais (15h em Brasília). As primeiras estimativas indicam uma participação recorde, com a menor abstenção dos últimos 40 anos. Ao meio-dia em Paris (7h em Brasília), 25,9% dos eleitores já haviam votado, superando os 18,4% registrados no mesmo horário na eleição anterior em 2022. Este é o maior índice de participação desde 1981, indicando que mais de dois terços dos inscritos devem votar, algo não visto desde 1997.
A alta participação reflete o grande interesse dos 49 milhões de eleitores franceses no pleito. Pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, há a possibilidade de a ultradireita conquistar o maior número de assentos na Assembleia Nacional. Segundo pesquisas de boca de urna, o Reunião Nacional (RN), partido de extrema direita liderado por Marine Le Pen, obteve 34% dos votos, seguido pela Nova Frente Popular (NFP) com 29% e pela aliança centrista de Macron, Juntos, em terceiro lugar com 20,5% a 23% dos votos.
Essa votação não impacta diretamente a permanência de Emmanuel Macron no cargo até o final de seu mandato em 2027. No entanto, uma possível vitória da extrema direita poderia levar à formação de um governo de oposição ao presidente, devido ao sistema semipresidencialista francês que permite essa configuração.
As eleições legislativas se tornaram um referendo sobre o ‘macronismo’, com Macron enfrentando o desgaste de sete anos no poder, marcados por reformas impopulares como a da Previdência e a tributária. O presidente promete acelerar as mudanças, mas há críticas de que os serviços públicos estão sendo prejudicados e a criminalidade aumentando em algumas regiões, como apontado por Emmanuel Ringuet, um técnico de 53 anos.
Ringuet, que antes apoiava o socialismo, considera votar no RN pela primeira vez, preocupado com o futuro do país. Uma vitória da extrema direita poderia impactar a autoridade de Macron, especialmente em um momento crucial em que a França se prepara para sediar os Jogos Olímpicos, previstos para começar em 26 de julho. Macron enfrenta o desafio de manter o apoio popular e a estabilidade política em meio a esse cenário eleitoral incerto.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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