A commodity pode subir devido à baixa nos estoques globais, após represália iraniana em resposta a tensões no Oriente Médio noticiadas pelos EUA.
O uso do petróleo como uma arma geopolítica não é algo novo. A ameaça de interrupção do fornecimento de petróleo muitas vezes influencia as relações internacionais e as decisões políticas em todo o mundo. No caso do ataque do Irã contra Israel, a preocupação com a segurança energética da região certamente foi um dos pontos levados em consideração pelos diversos atores envolvidos. A importância estratégica do petróleo muitas vezes coloca em xeque a estabilidade global.
O petróleo é uma commodity essencial para a economia global, impactando não apenas os mercados financeiros, mas também as dinâmicas de poder entre as nações. A dependência em relação a essa commodity faz com que eventos como um conflito geopolítico tenham o potencial de afetar não apenas os preços do petróleo, mas também a segurança e estabilidade em diferentes partes do mundo. É crucial monitorar de perto como as tensões em áreas produtoras de petróleo podem evoluir e influenciar o cenário internacional.
Aumento das tensões no Oriente Médio leva a valorização do petróleo
Na última semana, o jornal renomado The Wall Street Journal divulgou informações inquietantes: os Estados Unidos haviam tomado medidas preventivas, posicionando navios de guerra para proteger interesses estratégicos, como Israel e forças americanas, frente a possíveis ataques do Irã. Essa movimentação foi especialmente impactante, considerando a ofensiva prevista entre sábado e domingo, que acabou se concretizando.
Como era de se esperar, o mercado do petróleo reagiu imediatamente diante da iminente represália iraniana, antecipando as possíveis repercussões. No dia 12 de abril, o preço do Brent, um dos pontos de referência global para essa commodity, subiu em torno de 1%, atingindo a marca de US$ 92,18. Por sua vez, o petróleo West Texas Intermediate, fundamental para o mercado dos EUA, registrou um aumento de 0,9%, alcançando US$ 85,78 na Bolsa Mercantil de Nova York. Ambos os valores representam os patamares mais elevados desde outubro de 2023.
Até o desenrolar dos acontecimentos, há uma incerteza quanto à reação de Tel Aviv diante da ação retaliatória iraniana. No entanto, as tensões parecem diminuir após Teerã declarar o fim da ofensiva durante a madrugada de sábado, no fuso horário de Brasília. Contudo, caso a situação se deteriore, analistas apontam que o petróleo poderia facilmente ultrapassar a marca dos US$ 100 por barril, sinalizando uma instabilidade latente no cenário global da commodity.
O Irã assume um papel crucial nesse cenário, sendo o terceiro maior produtor dentro da Opep+, com uma produção diária significativa de 4,3 milhões de barris. Qualquer acirramento nesse conflito diretamente afeta o mercado internacional do petróleo, que já enfrenta outra fragilidade: os estoques globais do produto estão em níveis baixos.
Essa escassez é resultado de diversos fatores, como as sanções aplicadas à Rússia em decorrência da crise na Ucrânia e as medidas adotadas pela Opep+ para reduzir a produção até meados do ano. A decisão de diminuir a oferta em cerca de 2 milhões de barris por dia foi uma tentativa de equilibrar o mercado, impactado pela queda na demanda global e pela maior produção dos competidores.
Em meio a essas movimentações, o preço do barril teve oscilações consideráveis, sendo influenciado por cada alteração na oferta-demanda. Um desequilíbrio de 1 milhão de barris pode gerar um impacto de até US$ 5 nos preços, como destacado por Jay Hatfield, CEO da empresa Infrastructure Capital Advisors. Ele ressalta que, caso a produção iraniana seja interrompida, o aumento poderia chegar a significativos US$ 15 por barril, amplificando as incertezas no mercado do petróleo.
Fonte: @ NEO FEED
Comentários sobre este artigo