Empresa de engenharia volta à exploração de petróleo com compra de ativos onshore na bacia do Potiguar; novas aquisições em região pioneira estão na mira.
Petroleiras juniores estão cada vez mais ganhando destaque no mercado de energia, como é o caso da Enauta e da 3R Petroleum, que recentemente apresentaram uma proposta de fusão. Além delas, empresas como a Azevedo & Travassos estão retornando às atividades de exploração de petróleo, mostrando que o setor está em constante movimento e evolução.
As companhias independentes têm papel fundamental no desenvolvimento da indústria petrolífera, trazendo inovação e competição para o mercado. É importante acompanhar de perto as estratégias dessas empresas, que podem surpreender e impactar o setor como um todo. A atuação das petroleiras juniores e das companhias independentes é essencial para o crescimento sustentável da indústria de petróleo e gás.
Expansão das atividades das petroleiras juniores
A ação AZEV4, de liquidez reduzida, disparou mais de 20% com a notícia que agitou ainda mais o universo das companhias independentes, as junior oils.
A companhia adquiriu um conjunto de ativos onshore (terrestres) na bacia do Potiguar e já está de olho em outras oito possíveis aquisições, com grandes chances de novas compras serem realizadas este ano. Para alguns desses ativos, já até assinamos memorando de entendimento. Mas as aquisições dependem da avaliação da nossa equipe técnica.
Estamos sendo muito seletivos’, afirmou Ivan Carvalho, CEO do Grupo Azevedo & Travassos ao IM Business. Foi assim com os cinco campos de petróleo e os dois blocos exploratórios da Phoenix Óleo e Gás que a A&T recém-adquiriu. Há pouco mais de um mês, as empresas haviam assinado um memorando de entendimento para a transação envolvendo os ativos que compõem o Polo Periquito.
A aquisição saiu quase um ano depois da criação da Azevedo & Travassos Petróleo (ATP), fundada em junho do ano passado para atuar na exploração de óleo e gás. Assim, a A&T voltou a uma atividade da qual havia se retirado há mais de duas décadas. Em 2000, o grupo vendeu seu negócio de exploração para uma empresa canadense em um momento de turbulência nos preços do petróleo.
Agora, retoma a exploração numa região que desbravou de forma pioneira como petrolífera independente, entre o fim da década de 1980 e início da de 1990. ‘Foram mais de 30 anos ali trabalhando diretamente com exploração e produção em quatro campos que descobrimos, operamos e desenvolvemos’, relembra o executivo, um dos engenheiros que lideraram as equipes de perfuração. Ivan Carvalho, CEO da Azevedo & Travassos (Divulgação) A nova ATP, porém, tem outra estratégia. ‘O projeto 100% exploratório que fizemos no passado não é o nosso objetivo hoje. Nesse primeiro momento, vamos procurar sempre por ativos que já tenham alguma produção’, explica Carvalho. ‘O greenfield tem um risco maior, precisa de um capital maior. Não está descartado, mas, primeiro, precisamos garantir uma receita sólida vinda do próprio petróleo para só então fazer projetos exploratórios mais arriscados’. Potencial inexplorado Os campos adquiridos da Phoenix possuem 16 poços, sendo que apenas dois estão operando e produzindo. A A&T planeja reativar rapidamente outros sete para elevar a produção a 150 barris de óleo por dia.
A empresa estima um volume próximo a 18 milhões de barris nas reservas do Polo Periquito. ‘Mas o polo, em toda a sua vida, produziu menos de 1% disso. Não se trata de um campo maduro, mas não foi desenvolvido adequadamente e tem capacidade rápida de aumento de produção com um custo baixo’, esclarece o CEO.
A expansão das petroleiras juniores no mercado
O perfil de Periquito indica o que a A&T está buscando no momento: ativos considerados nanicos pelas junior oils de maior porte ou que estão ‘hibernando’ nas mãos de pequenos produtores, pois não puderam ter o seu potencial explorado por limitações técnicas ou financeiras – foi o caso da Phoenix. A empresa não descarta adquirir campos maduros ou até mesmo combinar negócios com outro player para atuar também no offshore. ‘Nesse caso, o ideal é que se tenha uma parceria com empresas do mesmo porte ou maiores, para que faça sentido e o risco seja mitigado’, diz Carvalho.
Leia mais: Discussões da 3R com PetroRecôncavo têm potencial para continuar, diz CEO da Enauta Como a Enauta se preparou para ano ‘mais importante’ de sua história A Azevedo & Travassos admite que seu plano de negócios é bem diferente do das companhias independentes, que se consolidaram nas últimas décadas, em um ambiente mais bem regulado e com infraestrutura muito mais moderna do que a companhia dispunha 30 anos atrás.
A meta de atingir produção de mil barris de petróleo por dia até o fim deste ano é bem tímida comparada ao que players como 3R e PetroRecônvavo produzem hoje. Mesmo assim, a A&T quer ter um papel relevante na consolidação do segmento e vê um momento propício para expandir seu portfólio com novas aquisições. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ainda precisa autorizar a transferência da outorga do Polo Periquito, da Phoenix para a A&T. ‘A autorização deve sair dentro de dois meses, no máximo. É o tempo de prepararmos os planos de investimento, de trabalho.
Acredito que até o final do ano a gente já tenha uma produção significativa para apresentar e auxiliar o nosso balanço de forma positiva’, conclui o CEO. IM Business Quer ficar por dentro das principais notícias que movimentam o mundo dos negócios? Inscreva-se e receba os alertas do novo InfoMoney Business por e-mail. Nome Preencha o campo corretamente! E-mail E-mail inválido!
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Fonte: @ Info Money
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