Agroven conecta startups a investidores associados, preparando aporte nas empresas com antecipação de recebíveis e contratos a termo. Analisa risco de crédito e atua no mercado de crédito rural.
As agtechs estão em alta no Brasil, com empresas como Traive e Grão Direto buscando investidores para impulsionar seu crescimento. A Agroven é um dos grupos interessados em apoiar essas startups inovadoras, que estão revolucionando o setor agropecuário. A agtech Grão Direto está se preparando para sua rodada de investimento Série B, um sinal claro de seu potencial no mercado.
Além do interesse das agtechs tradicionais, as agfintechs também têm se destacado no cenário de investimentos. A intersecção entre tecnologia e finanças no agronegócio tem atraído a atenção de fundos e empresas que enxergam oportunidades lucrativas nesse segmento em crescimento. A inovação proporcionada pelas agfintechs como alternativa de financiamento para o setor agrícola é cada vez mais evidente no mercado.
Plano de expansão da agtech Grão Direto
O CFO da agtech de comercialização digital de grãos, Guilherme Cadelca, apresentou ontem sua tese a um grupo de investidores associados da Agroven, enquanto seu CEO Alexandre Borges se reunia com fundos de investimento nos Estados Unidos, em evento na sede da XP, na capital de São Paulo. Nos últimos três anos a empresa registrou crescimento exponencial.
Em 2021, a Grão Direto transacionou em sua plataforma 341 mil toneladas de grãos e registrou faturamento de R$ 1 milhão. No ano seguinte, foram movimentadas 1,9 milhão de toneladas, e a receita atingiu R$ 3 milhões. Em 2023, a Grão Direto faturou R$ 8,7 milhões, movimentando 5,2 milhões de toneladas. Em 2024, planejamos tocar em 8 milhões de toneladas, com faturamento de R$ 14 milhões.
Expansão internacional da agfintech Traive
Em 2025, acontecerá nosso crescimento exponencial, e vamos tocar 14 milhões de toneladas, com faturamento de R$ 30 milhões’, disse Cadelca a investidores reunidos pela Agroven. A agtech tem no seu planejamento alcançar um faturamento de R$ 25 milhões em 2026, transacionando 25 milhões de toneladas.
Baseada em Uberaba (MG) e com 72 mil usuários comerciais ativos, a expectativa é chegar aos R$ 100 milhões em 2027. Além da comercialização de grãos, a empresa começou a prestar serviços financeiros.
No ano passado, a Grão Direto realizou algumas operações de antecipação de recebíveis, contratos a termo e bater financeiro. ‘Apenas nas antecipações de recebíveis, tiramos R$ 1,5 milhão do nosso caixa para colocar nessas operações de serviços financeiros. Esse valor, no final do ano, se transformou em R$ 16,8 milhões, com inadimplência zero, em mais de 100 operações’, disse Cadelca. Já a Traive, que oferece um sistema de análise de risco de crédito rural com uso de inteligência artificial, está em uma fase mais adiantada de captação de recursos.
Captação de recursos e parcerias internacionais da Traive
A empresa abriu neste ano uma rodada para captar US$ 20 milhões e pretende atrair nas próximas semanas os US$ 4 milhões restantes para alcançar seu objetivo. O Banco do Brasil foi um dos líderes da rodada, com um aporte não revelado. A empresa garante analisar os dados de 20% dos produtores rurais do Brasil, responsáveis por 80% da produção agrícola nacional. A Traive tem hoje cerca de 50 clientes, cinco vezes mais do que o número registrado em 2022. A expectativa é chegar a 100 até o fim de 2024.
O valor dos contratos fechados no ano passado chegou a US$ 5 milhões, ante pouco menos de US$ 1 milhão em 2022. Para 2024, a expectativa é que o Annual Contract Value (ACV) se aproxime de US$ 10 milhões. ‘O volume de crédito que os nossos clientes deram em 2023 para os produtores ou empresas agrícolas que eles atendem foi de R$ 60 bilhões. Isso mostra o potencial de desova de crédito no mercado de capitais’, disse o CEO da Traive, Fabrício Pezente.
Novos horizontes para a agfintech Traive
É com base nesse valor que a agfintech está otimista para crescer. Em recente entrevista ao IM Business, Pezente antecipou a ideia de atrair instituições financeiras para sua plataforma e criar uma espécie de marketplace de crédito rural. Esse é um dos projetos para o qual a empresa pretende direcionar os recursos da sua rodada de captação. A segunda linha de crescimento é a internacionalização. A Traive anunciou esta semana que fechou um contrato com a Vergor, do México, dando seu primeiro passo fora do Brasil.
Fonte: @ Info Money
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