Negros fugitivos das plantações nos EUA iam para assentamentos espanhóis na busca de liberdade. Formavam pequenas comunidades com direitos e proteções.
Explorando a história da colonização na Flórida, podemos observar casos de liberdade buscada e conquistada de diferentes formas ao longo dos séculos. Um exemplo emblemático ocorreu em 1687, quando uma canoa chegou à costa de Saint Augustine, marcando o início de uma jornada rumo à liberdade para aqueles que nela viajavam, ansiosos por um novo começo em terras distantes.
Entre os passageiros estavam alguns escravizados fugitivos, que haviam arriscado tudo em busca da tão sonhada liberdade. Suas histórias nos lembram da coragem e determinação necessárias para enfrentar desafios e resistir às estruturas opressoras. Mesmo diante de adversidades, o desejo de ser livre e viver de acordo com suas crenças, seja ao praticar sua fé católica ou simplesmente ser dono de seu próprio destino, era o motor que impulsionava esses indivíduos em busca de um futuro melhor.
Em busca da liberdade perdida
Os fugitivos negros que escaparam da escravidão em uma plantação britânica nas Carolinas buscavam um novo começo e uma vida de liberdade em um assentamento espanhol, onde sua conversão ao catolicismo representava uma chance de garantir proteção e direitos. Essa jornada representava não apenas a fuga de um sistema opressor, mas também a busca por direitos e proteções que lhes eram negados anteriormente. A promessa de liberdade superava os perigos enfrentados durante a fuga, mostrando como a liberdade era um valor inestimável para esses indivíduos.
O santuário da liberdade
O assentamento espanhol de Saint Augustine se tornou um refúgio para os negros fugitivos, onde encontraram um ambiente que valorizava a liberdade e oferecia oportunidades para uma vida digna. A visão espanhola da escravidão, baseada em direitos e proteções, contrastava com a abordagem britânica, destacando a importância de garantir não apenas a liberdade física, mas também a liberdade de expressão religiosa e individual. A liberdade de culto e a inclusão na comunidade foram aspectos fundamentais desse novo começo para os negros anteriormente escravizados.
Uma comunidade de resistência e fé
A pequena comunidade de negros livres em Saint Augustine enfrentou desafios e ameaças, mas também encontrou apoio e solidariedade em meio às adversidades. A fé católica desempenhou um papel central na proteção e na preservação da liberdade desses indivíduos, criando uma rede de apoio e resistência contra as pressões externas. A luta pela liberdade não se limitava apenas à conquista individual, mas também à defesa coletiva dos direitos civis e da igualdade perante a lei.
O legado da liberdade perdida
O fim do domínio espanhol em Saint Augustine representou não apenas o fim de um refúgio de liberdade, mas também o início de um novo capítulo de desafios e lutas pela igualdade. A comunidade de Lincolnville, formada por negros livres, continuou a enfrentar obstáculos e discriminação, mas também demonstrou resiliência e determinação na busca por direitos civis e justiça social. O legado da liberdade perdida em Forte Mose ecoa até os dias atuais, lembrando-nos da importância de valorizar e proteger os direitos fundamentais de todos os indivíduos.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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