O novo plano reduz em 70% a dívida da tele, com descontos e parcelamentos a longo prazo, diluindo acionistas e garantindo amplo pacote de suporte.
A Oi teve o link do Plano de Recuperação Judicial aprovado por seus credores, visando resolver uma dívida significativa de R$ 44,3 bilhões. A maioria esmagadora, 79,87% dos credores quirografários, concordou com a proposta, representando 56,15% do montante devido. Esse importante passo sinaliza a busca por soluções viáveis para a empresa se reerguer.
Agora, a empresa poderá avançar com seu Plano de Reestruturação, implementando medidas necessárias para sua recuperação financeira. Com a aprovação do Plano de Recuperação Judicial, a Oi terá a chance de reorganizar suas finanças e seguir em frente de forma mais sólida e sustentável, assegurando um futuro promissor.
Plano de Recuperação Judicial: uma jornada de decisões estratégicas
Após uma maratona de quase 14 horas, a assembleia geral de credores chegou a um veredito crucial. Iniciada na tarde de quinta-feira, 18, e finalizada nas primeiras horas de sexta-feira, 19, no Rio de Janeiro, a reunião foi palco das discussões em torno do Plano de Recuperação Judicial. A apresentação da nova versão do plano foi um ponto central, realizado ao meio-dia de quinta-feira, seguido pela divulgação gradativa de 32 documentos de suporte ao processo ao longo do dia.
A dinâmica das sessões incluiu seis pausas estratégicas para que os credores pudessem analisar minuciosamente os detalhes apresentados. Apesar do ritmo lento, o encontro transcorreu sem incidentes, sem brigas que pudessem prejudicar o andamento das negociações.
No cerne da reestruturação proposta está a injeção de capital na Oi para viabilizar suas operações até a concretização da venda de ativos. Um novo financiamento de até US$ 655 milhões foi acordado, sendo US$ 505 milhões provenientes dos credores financeiros e entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões da V.tal, empresa de infraestrutura de telecomunicações vinculada ao BTG Pactual. Esses recursos estão programados para ingressar na empresa até 15 de julho, com um prazo de pagamento estendido até 2027.
Uma antecipação parcial desse montante foi acertada por meio de um empréstimo-ponte, elevando seu valor para US$ 135,8 milhões, em troca da oferta de um amplo pacote de garantias por parte da Oi. Dentre as contrapartidas, destacam-se a participação minoritária na V.tal, a parte da Oi Fibra, receitas previstas em arbitragem com a Anatel, imóveis selecionados e equipamentos operacionais.
Com a aprovação do plano, a dívida financeira da Oi será reduzida em cerca de 70%, por meio de descontos e parcelamentos, além da conversão de parte das dívidas em capital social, resultando na diluição dos atuais acionistas em 80%, conforme estipulado. O cenário pós-implementação do plano aponta para uma significativa diminuição do endividamento da empresa, o que promete uma nova fase com indicadores financeiros mais robustos.
Uma das estratégias-chave é a venda de ativos no valor de mais de R$ 15 bilhões, visando a redução do passivo. Entre os ativos disponíveis para negociação estão a Oi Fibra e a participação na V.tal, bem como imóveis em diversas localidades do Brasil. O plano prevê arrecadar aproximadamente R$ 7,3 bilhões com a Oi Fibra, podendo ser flexível quanto ao montante final obtido, podendo aceitar propostas abaixo desse valor ou até mesmo a alienação de ativos como forma de pagamento.
A articulação do plano pela Oi não recebeu consenso unânime por parte dos credores, sendo majoritariamente respaldada pelos credores financeiros e fornecedores. A expectativa agora é que, com os rumos desenhados pela reestruturação, a empresa consiga trilhar um novo caminho rumo à estabilidade e crescimento no mercado.
Fonte: @ Mercado e Consumo
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