O BofA sugere compra do papel do banco, apesar de receios do mercado. Considera múltiplo de 0,7 vezes o valor patrimonial e avaliação do BB.
O setor bancário é constantemente analisado por especialistas e investidores em busca de oportunidades de investimento. O Bank of America, por exemplo, decidiu manter sua recomendação de ‘compra’ para o Banco do Brasil, destacando que a instituição financeira está subvalorizada no mercado. Mesmo diante das preocupações relacionadas a possíveis interferências políticas, o banco americano acredita no potencial de crescimento do BB, com um preço-alvo estabelecido em R$ 69.
Essas avaliações e projeções refletem a dinâmica do setor bancário dentro do mercado financeiro, onde as oscilações das ações das instituições financeiras são acompanhadas de perto. A desvalorização de 1,3% das ações do Banco do Brasil no pregão recente mostra a volatilidade presente no cenário atual, mas também abre espaço para oportunidades de compra para investidores atentos aos movimentos do sistema financeiro.
O mercado financeiro e a avaliação do BB pelo BofA
O BofA realizou uma análise detalhada do BB usando a metodologia da ‘soma das partes’. O banco dividiu o grupo em quatro áreas distintas: adquirência, representada pela fatia na Cielo; seguros, associada à BB Seguridade; as operações na Argentina, como o Patagônia; e o segmento considerado como o ‘core bancário’ local. As participações na Cielo e na BB Seguridade foram avaliadas com base em suas cotações de mercado. Já no caso do Patagonia, o banco utilizou o múltiplo médio das instituições financeiras listadas na Argentina.
Ao descontar esses valores, o BofA chegou a uma avaliação de R$ 112 bilhões para o core bancário do BB, resultando em um múltiplo de 0,7 vez o preço/valor patrimonial. Contudo, o banco aponta que esses níveis de valuation parecem ser excessivamente descontados, dadas as perspectivas favoráveis do negócio, que registrou um ROE médio de 17,2% nos últimos dois anos.
Avaliação e projeções para o setor bancário
O BofA estima um crescimento de 20% nos lucros do core bancário do BB para este ano, indicando uma ótima perspectiva para o setor bancário. Apesar dos receios de interferência estatal, o banco sugere que essas preocupações podem estar sendo exageradas, e caso se concretizem, o impacto provavelmente não será tão sentido neste ano.
O mercado financeiro já está refletindo esses riscos, precificando significativas possibilidades de interferência governamental. No entanto, o BofA considera que um múltiplo justo estaria mais próximo de 1,1 vez o preço/valor patrimonial, levando em conta um custo de capital de 16,6%.
Estabilidade do setor bancário e cenário competitivo
O BB detém uma estrutura robusta para proteger a instituição de possíveis interferências, visto que o governo controla apenas metade das ações, em comparação com 100% de outras instituições como a Caixa e o BNDES. Em um cenário de competitividade, o BB conseguiu ganhar participação de mercado em detrimento dos bancos do setor privado durante o programa ‘Bom pra todos’ no segundo trimestre de 2012, o que teve um impacto adverso na rentabilidade um ano mais tarde.
A análise do BofA destaca a importância de considerar o contexto do setor bancário ao avaliar o desempenho e as projeções de mercado, ressaltando a necessidade de um olhar atento às dinâmicas e variáveis que impactam as instituições financeiras.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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