A CMO Global da Deezer aborda trajetória internacional, liderança empática e mudanças na identidade visual da marca em entrevista.
Lidia Capitani 7 de junho de 2024 – 14h30 Sofia Silva é CEO de uma startup de tecnologia inovadora e cofundadora de um centro de capacitação para empreendedoras em São Paulo (Crédito: Divulgação) Desde muito jovem, Sofia Silva tinha o sonho de empreender e ajudar outras mulheres a conquistarem seu espaço no mercado de trabalho. Natural de São Paulo, Brasil, ela começou sua carreira trabalhando em empresas de tecnologia antes de fundar sua própria startup.
Em seus projetos, Sofia sempre prioriza a valorização do gênero feminino e busca promover a igualdade de oportunidades no mundo dos negócios. Sua paixão por empoderar outras mulheres a alcançarem seus objetivos é o que a motiva a continuar trabalhando arduamente todos os dias.
Trajetória internacional de mulheres em posição de liderança
Sem muita demora, o destino a levou para alçar outros voos: passou por escritórios no México e na França, reportou para todo o continente da América Latina e Europa. Nessa caminhada, ela entendeu a importância de ter jogo de cintura para se adaptar à cultura local quando se ocupa uma posição global numa empresa. Hoje, Maria reside na França, onde trabalha como CMO Global da Deezer.
Mãe de três filhos, a executiva sabe do peso e dos impactos que a maternidade pode trazer para a carreira das mulheres. Exatamente por isso, ela fundou um retiro focado em saúde e bem-estar, originalmente voltado apenas para mulheres, chamado Terranam Wellness, localizado na Galícia.
Já como liderança, é regida pelo lema ‘Há um lugar especial no inferno para mulheres que não ajudam outras mulheres’, frase de Madeleine Albright, ex-secretária de estado dos Estados Unidos. Não por acaso, Maria atua como mentora no International Women’s Forum (IWF), organização que apoia profissionais femininas de alto potencial por meio de programas de desenvolvimento de liderança.
Posicionamento digital e maternidade empreendedora
Nesta entrevista, ela conta sobre os desafios e oportunidades de ocupar uma cadeira internacional, como a maternidade mudou sua relação com o trabalho e ainda dá um conselho de carreira importante para as mulheres. Primeiro, pode fazer um breve resumo da sua trajetória profissional?
Cursei Relações Internacionais na graduação e meu foco estava voltado para uma carreira internacional diplomática, e não empresarial. Contudo, alguém na minha universidade me recomendou para um estágio em uma empresa. No início, fiquei um pouco reticente, mas decidi experimentar.
Logo depois, resolvi fazer uma pequena mudança de planos: conquistei meu diploma, mas percebi que para seguir nesse ramo, precisaria de um MBA. Fiz um em negócios internacionais, com foco em marketing internacional. Comecei minha carreira em Nova York, em uma empresa de produtos de consumo que oferecia um programa especial de mudança de país a cada três anos.
Em vez de ser diplomata para o governo, atuei como diplomata para produtos como pasta de dente e sabonete. Depois de dois anos, fui enviada para a América Latina, onde passei cinco anos no México. Em seguida, fui transferida para a divisão francesa e, depois, para a divisão europeia da empresa.
Liderança empática e mudanças de identidade visual da marca
Entretanto, percebi que o setor no qual trabalhava não estava acompanhando as tendências digitais, então decidi sair. Nesse ponto, já tinha três filhos e decidi tirar uma licença parental longa, o que foi um tanto desafiador para mim enquanto mulher e, especialmente, devido às pressões da minha geração em relação à carreira.
Depois desse período em casa, percebi que não era feita para ser mãe em tempo integral e retornei ao mundo dos produtos de consumo. Após alguns anos, decidi fazer uma mudança radical e entrei para o mundo das agências, buscando uma compreensão mais profunda do espaço digital, análises de dados e inteligência artificial.
Em seguida, passei oito anos em uma empresa de entretenimento e mídia antes de sentir que estava batendo contra um teto de vidro. Decidi então iniciar um projeto pessoal na Galícia (Espanha), onde abri um hotel boutique dedicado à saúde. Entendi a importância de cuidar de mim mesma como ser humano, não apenas em papéis como mãe, executiva ou amiga.
Desafios e conselhos para as mulheres na carreira
Depois desse projeto, retornei ao mundo corporativo como parte da Deezer, onde estou há 16 meses. Minha experiência me trouxe aqui para reestruturar o departamento de marketing, colocando o cliente no centro de nossas ações e buscando criar conexões emocionais duradouras com nossa base de usuários. Estou empolgada em trabalhar novamente na mídia, especialmente no setor da música, e contribuir para a profissionalização e o propósito da organização. Você desde muito cedo quis trilhar uma carreira internacional. Como surgiu a primeira oportunidade e como foi o processo de decisão para seguir nesse caminho?
Crescer entre dois países fez com que eu me sentisse global desde o início.
Desde criança, me sentia mais em casa em grupos internacionais, fazendo a ponte entre culturas. Um conselho que recebi há dez anos e que ainda considero valioso é o da ‘flor com cinco pétalas’. Me disseram: imagine uma flor com cinco pétalas e coloque um adjetivo em cada pétala que descreva o tipo de ambiente de trabalho que realmente te preenche e te traz alegria.
Empreendendo em bem-estar e promovendo liderança feminina
Acredito firmemente que devemos apoiar as escolhas umas das outras, seja a de ficar em casa com os filhos ou de perseguir uma carreira. Em reuniões executivas, frequentemente sou uma das poucas mulheres, e sempre defendi que não deveria ser uma competição entre nós, mas sim um apoio mútuo.
Deveríamos promover a inclusão de múltiplas vozes femininas. Acredito também que a narrativa de que podemos fazer tudo perfeitamente é uma ilusão. Precisamos aceitar que haverá sacrifícios e que está tudo bem cometer erros. Aconselho mulheres mais jovens a serem flexíveis com seus planos de carreira, abertas a oportunidades, mesmo que não pareçam imediatamente relevantes.
É sobre aprendizado e crescimento. Meu negócio focado no bem-estar era inicialmente direcionado a mulheres, mas agora vejo um crescente interesse dos homens, o que me levou a realizar retiros exclusivos para eles.
Estou comprometida em fazer a diferença, por isso, parte dos nossos lucros é destinada a retiros gratuitos para sobreviventes de violência doméstica, ajudando-as a reconhecer seu próprio valor e a cuidar de si mesmas. Minha paixão é elevar os outros, ser o ‘vento por trás das asas’ de alguém, porque se não nos apoiarmos, quem o fará?
Fonte: @ Meio&Mensagem
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