Mau desempenho do índice reflete receio de juros altos por mais tempo. Prévia de inflação e PIB trazem empecilhos para redução de taxas: setor, commodities, perspectiva.
O mercado financeiro teve um dia agitado, com oscilações constantes e investidores atentos às notícias do cenário econômico. Apesar das incertezas, o mercado conseguiu fechar em alta, impulsionado por notícias positivas do setor de tecnologia e inovação. A expectativa é que o mercado mantenha essa tendência de recuperação nas próximas semanas, embora a volatilidade ainda possa impactar as negociações.
Os analistas destacaram a importância de acompanhar de perto o desempenho do mercado de valores nos próximos dias, especialmente diante das perspectivas de novas medidas financeiras que podem influenciar o comportamento dos investidores. O pregão de hoje foi marcado por movimentações significativas, refletindo a cautela dos agentes em meio às notícias sobre o índice de preços e o cenário financeiro internacional.
Mercado Financeiro: Análise do Ibovespa e IPCA
O mercado financeiro observou uma leve queda de 0,37% no Ibovespa, que fechou aos 125.954 pontos nesta quarta-feira. Julho apresenta uma alta acumulada de 1,65%, porém, no acumulado do ano, as perdas chegam a 6,13%. O volume de negociações atingiu R$ 12,8 bilhões, mantendo a média dos últimos 12 meses em R$ 16,7 bilhões por pregão.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15) registrou um aumento de 0,30% em julho, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse resultado superou a mediana das 28 projeções de analistas de consultorias e instituições financeiras, que era de 0,23%.
Com esse cenário, o IPCA acumula uma alta de 4,45% nos últimos 12 meses, superando os 4,06% registrados até junho. A perspectiva de manutenção da taxa Selic em 10,5% ao ano é reforçada diante desse panorama, como destacado por Fabio Louzada, economista e fundador da Eu me banco.
A recente resiliência da economia americana foi evidenciada pelo crescimento de 2,8% do PIB dos EUA no segundo trimestre de 2024, acima das projeções de analistas. Esse desempenho reflete a força da economia diante de um ambiente de elevadas taxas de juros.
A divulgação do indicador de preços de consumo pessoal (PCE) na sexta-feira será um ponto de atenção, especialmente o núcleo desse indicador, que influencia as decisões de política monetária nos EUA. O mercado financeiro global está atento às movimentações do Fed e suas repercussões.
No mercado brasileiro, a influência dos juros americanos se reflete na fuga de dólares, na queda de ativos de risco e no aumento dos prêmios de risco na renda fixa. Além disso, fatores como a desvalorização do minério de ferro impactam empresas do setor de mineração, como a Vale.
A realização de lucros é uma estratégia comum dos investidores, que aproveitam momentos de valorização para vender ativos e garantir lucros. Esse movimento pode explicar parte da queda recente na bolsa, após um início de mês com ganhos consistentes. A expectativa agora se volta para os resultados do segundo trimestre, que serão divulgados em breve.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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