As 55 cartas do baralho “Afago” estarão na sala de acolhimento no Fórum de Mariana/MG para apoio em casos de violência doméstica.
‘Não precisa enfrentar isso sozinha. Não tenha vergonha de pedir ajuda’. Essas são palavras presentes em uma iniciativa inspiradora da juíza Fernanda Guimarães, de Mariana, Minas Gerais, para apoiar e acolher mulheres vítimas de violência doméstica que buscam auxílio no fórum da região. O baralho ‘Afago’ conta com 55 cartas contendo mensagens de apoio, conscientização e solidariedade para as mulheres em situações de vulnerabilidade.
Além disso, as cartas do baralho também trazem mensagens de encorajamento e empoderamento para as vítimas de violência, mostrando que é possível superar essa situação difícil. A iniciativa de Fernanda Guimarães visa não apenas oferecer suporte emocional, mas também conscientizar a sociedade sobre a importância de combater a violência contra as mulheres. É um gesto de solidariedade e humanidade em meio a um cenário que infelizmente ainda presencia tantas mulheres agredidas e vítimas de violência.
Baralho de Acolhimento: Apoio às Mulheres Vítimas de Violência Doméstica
A iniciativa consiste em disponibilizar um baralho contendo frases de apoio e carinho para as mulheres vítimas de violência doméstica que frequentam as unidades judiciárias. Essas mulheres, muitas vezes agredidas e em situações vulneráveis, têm a oportunidade de escolher uma ou várias cartas, buscando fortalecimento e amparo ao se depararem com as mensagens.
Responsável pela 2ª vara Cível Criminal e de Execução Penal da Comarca de Mariana, a juíza Fernanda Guimarães destaca a importância desse gesto de acolhimento. Ela relata que é comum as mulheres chegarem para audiências de instrução e julgamento com apreensão, sentindo-se julgadas e tentando justificar a violência sofrida. Nesse contexto, o apoio e a compreensão se tornam essenciais.
A juíza ressalta a necessidade de oferecer o suporte necessário a essas mulheres, reconhecendo a complexidade do ciclo de violência que enfrentam. Através do baralho, as vítimas são encorajadas a não se culparem pela situação e a compartilharem suas experiências, buscando apoio e enfrentando o problema.
O projeto inclui frases cuidadosamente selecionadas, algumas escritas pela própria juíza e outras provenientes de mensagens, músicas e pensamentos de diversos autores. O objetivo é mostrar às mulheres que não estão sozinhas e que é possível romper com o ciclo de violência. O Judiciário se coloca de braços abertos para acolhê-las e apoiá-las nesse processo de enfrentamento.
Além disso, as cartas foram ilustradas por Carol Rossetti, agregando ainda mais sensibilidade e empatia ao projeto. A iniciativa está sendo ampliada, com a impressão das cartas para distribuição no fórum de Mariana e o compartilhamento dos arquivos com outros juízes, visando expandir a rede de proteção e apoio às mulheres vítimas de violência doméstica.
Para a juíza Fernanda Guimarães, é fundamental fortalecer essa rede de proteção, especialmente em locais distantes dos centros urbanos, onde as vítimas muitas vezes se encontram mais distantes do sistema de apoio. O baralho de acolhimento se torna, assim, uma ferramenta de apoio e solidariedade para as mulheres que enfrentam a violência doméstica, mostrando que há caminhos de superação e de luta contra essa realidade devastadora.
Fonte: © Migalhas
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