A PGR acusou os irmãos Brazão de serem mandantes da morte de Marielle, envolvendo fraudes em documentos do 9º RGI e controle de propriedades.
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O ex-policial militar Ronnie Lessa indicou em sua delação premiada com a Polícia Federal que a grilagem de terras na zona oeste do Rio de Janeiro ocorre por meio de fraudes dentro do cartório mais rentável do país. A prática é um dos motivos alegados para a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL).
A grilagem de terras, prática ilegal que envolve a falsificação de documentos de registro de propriedade, tem sido um problema recorrente em diversas regiões do Brasil. A fraude de terras é uma questão séria que precisa ser combatida com rigor pelas autoridades competentes, a fim de garantir a segurança jurídica e o direito à propriedade dos cidadãos.
Operação de Grilagem de Terras no 9º RGI do Rio de Janeiro
Uma investigação revelou um esquema de grilagem de terras dentro do 9º RGI (Registro Geral de Imóveis) no Rio de Janeiro. O delator apontou três indivíduos responsáveis por fraudes nos documentos, que são essenciais para o controle de propriedade em 21 bairros da cidade. Segundo dados do CNJ, o 9º RGI teve um faturamento de R$ 75,9 milhões no segundo semestre do ano passado, o maior do país.
A Associação de Registradores de Imóveis do Rio de Janeiro (Airj) e o 9º RGI negaram qualquer envolvimento com as práticas de grilagem denunciadas durante a delação. Em nota conjunta, afirmaram estar à disposição das autoridades para investigar possíveis atividades criminosas.
A Procuradoria-Geral da República acusou os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão de envolvimento na morte de Marielle, alegando que o crime visava proteger interesses familiares ligados à grilagem de terras. Segundo a Polícia Federal, a ação tinha como objetivo dissuadir membros do PSOL de adotar posturas semelhantes.
Em depoimento, um ex-PM descreveu como Jorge Panaro, seu filho e um homem conhecido como Geleia atuavam dentro do 9º RGI para regularizar documentos de terrenos invadidos por milicianos. Segundo ele, essas pessoas tinham acesso privilegiado e realizavam fraudes com datas retroativas nos registros.
O ex-PM também revelou o ‘modus operandi’ utilizado na grilagem de terras na zona oeste da cidade, envolvendo a limpeza de terrenos e a instalação de cercas sem resistência. Ele mencionou que a recompensa pela morte de Marielle envolvia autorização para gerir um loteamento irregular na região, além de planos para invadir uma área próxima à favela Gardênia Azul.
Essas revelações levantam questões sobre a segurança e a integridade dos registros de propriedade no 9º RGI, destacando a importância de investigações rigorosas para coibir práticas fraudulentas que prejudicam a ordem legal e a transparência no mercado imobiliário.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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