Cuidados bucais são essenciais para a saúde, com influência em doenças crônicas e fatores de risco. Importante priorizar nos sistemas de saúde para reduzir desigualdades socioeconômicas.
As cáries dentárias representam um dos principais problemas de saúde bucal enfrentados pela população mundial. De acordo com dados recentes, cerca de 45% das pessoas sofrem com esse tipo de condição, o que resulta em altos gastos com tratamentos odontológicos. Um estudo realizado pela Economist Impact, Federação Europeia de Periodontologia e Haleon apontou que mais de US$ 350 bilhões são investidos anualmente em doenças relacionadas à saúde oral, evidenciando a gravidade do cenário.
As cáries são apenas uma das diversas consequências possíveis dos problemas dentários não tratados de forma adequada. Além das dores e desconfortos causados por essas lesões nos dentes, a falta de cuidado com a saúde bucal pode resultar em complicações mais graves, afetando não apenas a boca, mas também o bem-estar geral do indivíduo. Por isso, é fundamental manter uma rotina de higiene bucal eficaz e realizar consultas periódicas ao dentista para prevenir e tratar eventuais problemas dentários que possam surgir.
Cáries dentárias: um problema de saúde pública crescente
O levantamento aponta que as perdas de produtividade dos pacientes devido a cáries, periodontite severa e perda dentária somam um valor estimado de 188 bilhões de dólares anualmente. No caso do Brasil, esse valor chega a ultrapassar 36 bilhões de dólares – ou, aproximadamente, 180 bilhões de reais – somente com tratamento de cáries dentárias.
Além disso, os pesquisadores se propuseram a analisar as desigualdades socioeconômicas na saúde bucal. Segundo eles, a baixa escolaridade está associada a um aumento de 86% e 44% no risco de prevalência de periodontite e cáries, respectivamente. A baixa renda, por sua vez, estaria relacionada a um aumento de 29% no risco de prevalência de cáries.
Importância dos cuidados preventivos na saúde bucal
Dentistas se concentram em países de alta renda De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), há cerca de 4 milhões de prestadores de cuidados de saúde oral globalmente, dos quais aproximadamente 2,5 milhões são dentistas. Cerca de 80% desses trabalham em países de alta renda ou de renda média alta, enquanto apenas 1,4% trabalham em países de baixa renda.
O levantamento afirma que higienistas dentais e educadores de saúde bucal são essenciais para expandir o acesso aos cuidados preventivos. Além disso, o envolvimento de farmacêuticos e enfermeiros no cuidado e contato com os pacientes é crucial para a promoção da saúde oral e prevenção de doenças.
Integração de sistemas de saúde e registro eletrônico de dados
Assim, os pesquisadores concluem que projetar sistemas de saúde que ofereçam cuidados bucais abrangentes por meio da multidisciplinaridade é a chave para implementar com sucesso cuidados preventivos. Adicionalmente, a integração de prontuários médicos e dentários eletrônicos melhoraria os cuidados bucais em sistemas de saúde.
De acordo com a Federação Europeia de Periodontologia, as doenças bucais afetam quase metade da população mundial, superando o impacto da maioria das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DNTs) comuns.
Estratégias para reduzir as doenças bucais e promover a saúde geral
Propostas para reverter esse cenário Os pesquisadores constatam que há uma necessidade urgente de melhorar o alinhamento entre política, saúde pública, sistemas de pagamento e prática clínica.
Aprimorar e expandir a saúde bucal requer: Engajar a população aumentando a conscientização acerca dos cuidados bucais Abordar fatores de risco compartilhados com outras DCNTs para melhorar a saúde geral Expandir e diversificar a força de trabalho em saúde bucal Incentivar cuidados preventivos Construir parcerias público-privadas para promover a prevenção em nível populacional Melhorar os métodos epidemiológicos para medir cáries e doenças periodontais precoces.
Fonte: @ Veja Abril
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