Conteúdo exclusivo com Nicholas Shores e Ramiro Brites. Associações apontam atraso de 15 dias em aprovações de 30% das importações.
Um grupo de onze entidades do setor de saúde, incluindo o Grupo FarmaBrasil, Abifina e Sindusfarma, enviou uma carta à diretoria da Anvisa expressando preocupação com a redução do ritmo de aprovação de medicamentos no órgão, durante a paralisação das agências reguladoras.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, conhecida como Anvisa, tem sido alvo de críticas devido à lentidão no processo de aprovação de novos medicamentos. A Anvisa é responsável por garantir a segurança e eficácia dos produtos de saúde no Brasil, e é fundamental que mantenha um ritmo adequado de análise para atender às demandas do setor. A atuação da Anvisa é essencial para a saúde pública e para a indústria farmacêutica no país.
Reunião com a Cúpula da Anvisa para Minimizar Impactos
As associações e sindicatos solicitaram uma reunião com a cúpula da Anvisa, buscando maneiras de diminuir os impactos e manter a disponibilidade dos produtos para a população brasileira. No comunicado, as signatárias destacaram que o Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação, responsável por liderar os movimentos de paralisação, identificou um atraso de 15 dias nas aprovações de 30% das anuências de importação, quando antes o prazo era de apenas um dia. Segundo as entidades, sete grandes áreas da agência não estão mais agendando audiências, e houve uma redução na frequência das publicações, passando de semanal para quinzenal ou mensal.
Atrasos e Impactos na Vigilância Sanitária
Os atrasos nas liberações de cargas pelos pontos de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados já estão começando a afetar o planejamento de produção de medicamentos. Essa situação, de acordo com as entidades, pode resultar em um risco iminente de desabastecimento de certos medicamentos, devido à impossibilidade de importar as matérias-primas essenciais para sua fabricação. O presidente do Grupo FarmaBrasil, Reginaldo Arcuri, expressou sua preocupação com a situação atual da Anvisa, que está passando por um processo de sucateamento em seu quadro profissional e infraestrutura. Esse cenário não apenas prejudica a imagem da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, fundamental para o avanço tecnológico e inovação, mas também representa um prejuízo para a população, que corre o risco de enfrentar a escassez de medicamentos.
Entidades que Assinaram o Ofício à Anvisa
Diversas entidades assinaram o ofício direcionado à Anvisa, incluindo a Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades (Abifina), a Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico, Suplemento Alimentar e de Promoção da Saúde (Abifisa), a Associação Brasileira da Indústria de Soluções Parentais (Abrasp), a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para o Autocuidado em Saúde (Acessa), a Associação Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac), o Grupo FarmaBrasil, a Interfarma, a PróGenéricos, o Sindifargo, o Sindusfarma e o Sinfar-RJ. Essas entidades expressaram sua preocupação com a atual situação da Anvisa e os possíveis impactos negativos que podem surgir se as questões não forem resolvidas adequadamente.
Fonte: @ Veja Abril
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