A família narra histórias da banda no futebol ao longo dos anos, com integrantes em ação em jogo. termo: final paulista, torcedor fanático.
‘Se der uma chuva de Xuxa, no meu colo cai Pelé’¹. ‘Fome, miséria, incompreensão, o Brasil é ‘treta’ campeão’²!
O futebol é muito mais do que um simples esporte, é uma paixão nacional que atravessa gerações e fronteiras. No Brasil, o futebol tem o poder de unir multidões e fazer com que as pessoas se emocionem com cada lance, cada gol, cada conquista. O futebol vai muito além do campo, é parte da identidade do povo brasileiro, está enraizado em nossa cultura e faz parte do nosso decorrer dos anos.
As referências ao futebolístico não se limitam apenas à música popular, mas também estão presentes em diversas expressões artísticas, literárias e cinematográficas. O esporte da bola tem o poder de inspirar e motivar milhões de pessoas ao redor do mundo, sendo uma prática desportiva que estimula a competitividade, a superação e o trabalho em equipe. O futebol é muito mais do que um jogo, é um estilo de vida para muitos, uma paixão que transcende barreiras e conecta pessoas de diferentes origens e culturas em torno de um mesmo objetivo.
Os Mamonas Assassinas e sua relação com o futebol
E quis o destino que o último show fosse num estádio: o Mané Garrincha, em Brasília, no dia 2 de março de 1996.
+ 28 anos sem os Mamonas: como hit da banda invadiu estádios pelo Brasil e mantém legado vivo Vinte e oito anos depois do trágico acidente de avião que vitimou Dinho, Bento Hinoto, Júlio Rasec e os irmãos Sérgio e Samuel Reoli no retorno a São Paulo, todos jovens entre 22 a 28 anos, a banda virou filme nos cinemas brasileiros.
Pegando carona na saudosa Brasília Amarela, o ge foi a Guarulhos atrás de histórias do lado torcedor dos Mamonas (veja no vídeo acima).
Narrações divertidas e peladas da banda
Há alguns anos, Ana Paula Barbosa achou uma gravação de seu irmão, Júlio, com os integrantes da banda narrando de forma irreverente um jogo fictício de futebol.
E compartilhou na internet (ouça abaixo). – Eles sempre que podiam faziam isso. Essa ideia veio do meu irmão, que fazia isso nas festas da igreja quando participava do grupo de jovens. Ele um dia comentou com o Dinho, que usava ‘Privada FM’ para anunciar o que haveria nas festas da igreja.
O padre não gostava muito, afinal, ficava todo mundo perguntando quando seria o próximo informativo da ‘Privada FM, onde quem faz a bosta é você’ – conta Ana Paula. Antes mesmo da fama, Dinho e companhia davam seus shows no microfone. Mais do que narrar, os caras gostavam mesmo era de jogar. Desde a origem da banda, eles batiam bola em uma quadra na Associação Japonesa de Itaquaquecetuba.
– A gente tinha um futebolzinho antes de estourar os Mamonas. Toda segunda-feira à noite a gente jogava lá. O Dinho ia, Sérgio e Samuel também iam, o Júlio ia, e alguns amigos. O Fabinho do Negritude (Júnior) chegou a jogar com a gente – diz Maurício Hinoto, irmão de Bento e responsável por apresentar o guitarrista para Sérgio, ajudando a formar a banda Utopia, precursora dos Mamonas Assassinas.
Nessa época, também rolava futebol num sítio dos tios de Sérgio e Samuel em São Benedito das Areias, distrito de Mococa, no interior de São Paulo. Primo do baterista e do baixista, Henrique Oliveira lembra uma pelada inusitada certa vez em que Dinho também viajou com a turma: – A gente nem chama de campinho porque mal era plano, mas nós colocamos umas traves de bambu e batíamos uma bolinha.
Um dia aparece na estrada um tratorzão clássico, com uns oito a dez trabalhadores rurais na caçamba. Bem estilo peãozão boiadeiro: calça jeans, chapelão, aquelas botinas da roça. Na época, o Dinho e o Samuel ainda não eram famosos, estavam na fase de gravação do DVD, se não me engano. Os caras viram a gente jogando, aí desceram do trator e foram entrando: ‘E aí, vamos jogar? Dois golzinhos’.
– A gente olhou e pensou: ‘Esses caras de calça jeans e botina não vão parar de pé aqui’. Não demos nada pelos caras, mas eles deram a saída de bola, três, quatro toques e gol. Não vimos a cor da bola. Outra saída, três, quatro toques, gol dos caras. Fizeram os dois gols em três minutos, nem se despediram direito: ‘Valeu, valeu’. Formaram aquela fila indiana e saíram correndo para o trator.
Nós ficamos um olhando para a cara do outro. E eles nem têm ideia com quem jogaram esse dia (risos). Como no tradicional ‘bloco das piranhas’ do Carnaval, também havia um futebol anual em Guarulhos onde os garotos jogavam vestidos de garotas.
E Dinho, que futuramente adotaria o visual como parte dos shows dos Mamonas, não perdia um: – Todo ano tinha um jogo dele e dos amigos no Cecap em que iam vestidos de mulher. E ele fazia questão de sair de casa vestido. A maioria se trocava lá. Ele não. A gente morava no bairro vizinho, ele andava bastante vestido de mulher, camisola, maquiado, peruca…
Iam ele e o amigo Davi pulando na rua (risos) – recorda Grace Alves, irmã do vocalista. As únicas imagens da banda jogando são de uma pelada na chácara de Chitãozinho e Xororó, em vídeo postado pelo canal Mamonas Cover Show no YouTube. A gravação traz lances de Dinho, Sérgio e Samuel mostrando (ou não) suas habilidades (veja acima).
A rotina corrida de uma banda de sucesso diminuía aos poucos os espaços na agenda para jogar bola. Mas, sempre que eles iam fazer show em um estádio, armavam um joguinho prévio no local. – Jogar ele não tinha mais tempo. Mesmo assim, nós fomos a um show deles em Sorocaba e fizeram um joguinho antes no campo do São Bento. Foi lá que ele fez um gol de bicicleta.
Uma daquelas sortes que dá (risos), né? – diverte-se Hildebrando Leite, pai de Dinho. Sempre se dava um jeitinho, mesmo depois de os Mamonas Assassinas estourarem em todo o país. E, na…
Fonte: © GE – Globo Esportes
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