Parlamentar acusada de integrar núcleo político de milícia no Rio enfrenta processo ético-disciplinar e risco de perder o mandato após parecer da Mesa Diretora da Casa.
Por 4 votos a 2, o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) decidiu arquivar, nesta quinta-feira (20), o processo ético-disciplinar que poderia resultar na perda do mandato da deputada Lucinha (PSD). O Conselho de Ética foi composto por membros como Cláudio Caiado (PSD), Júlio Rocha (Agir), Renato Miranda (PL) e Vinícius Cozzolino (União), que votaram a favor do arquivamento do processo.
A decisão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Alerj em arquivar o processo ético-disciplinar foi baseada em critérios específicos. A atuação dos deputados Cláudio Caiado, Júlio Rocha, Renato Miranda e Vinícius Cozzolino no Conselho de Ética foi crucial para o desfecho da situação, demonstrando a importância do colegiado no cenário político atual.
Conselho de Ética e Decoro Parlamentar: Processo Ético-Disciplinar em Pauta
Os votos contrários foram expressos pelas deputadas Dani Monteiro (PSOL) e Martha Rocha (PDT) durante a recente sessão. Em um esforço para manter a transparência, o parecer do relator e os votos individuais de cada deputado serão devidamente publicados no Diário Oficial, visando garantir amplo conhecimento sobre o assunto em questão.
O Conselho de Ética, em sua deliberação, decidiu encaminhar o processo à Mesa Diretora da Casa por meio de um projeto de resolução, o qual poderá ser submetido ao plenário para a decisão final. Este movimento reflete a seriedade com que o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar está lidando com a situação em questão, demonstrando compromisso com a ética e a transparência no ambiente parlamentar.
Denúncia recente envolvendo a deputada Lucinha e a ex-assessora parlamentar Ariane Afonso Lima, feita pelo procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, levantou suspeitas de envolvimento com a milícia conhecida como Bonde do Zinho, Tropa do Z ou Família Braga. Esta organização criminosa, liderada por Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho, tem atuado na zona oeste do Rio de Janeiro.
As investigações apontam que Lucinha e Ariane integravam o núcleo político da referida milícia, cuja função era defender os interesses dos criminosos perante o Poder Público. Dentre os subgrupos identificados, destacam-se o núcleo operacional, as lideranças locais e os assessores, responsáveis por facilitar a atuação do grupo em áreas sob seu domínio.
A denúncia revela tentativas de interferência política por parte de Lucinha e Ariane, incluindo o fornecimento de informações privilegiadas ao grupo criminoso, como a agenda de visitas do prefeito do Rio, Eduardo Paes, à zona oeste. Essas ações permitiram que os milicianos se esquivassem de possíveis investigações e mantivessem suas atividades ilícitas.
Além disso, as acusadas foram acusadas de buscar influenciar autoridades municipais para manter brechas no transporte público que beneficiariam diretamente a milícia. Tais práticas visavam aumentar a arrecadação do grupo, demonstrando um padrão de conduta antiética e prejudicial à sociedade.
A denúncia também aponta para a interferência das acusadas em casos criminais em andamento, buscando direcionar as investigações de acordo com os interesses da milícia. A deputada Lucinha foi ainda acusada de prestar auxílio a membros do Bonde do Zinho que haviam sido presos, evidenciando um comportamento incompatível com a ética parlamentar.
Esses eventos levaram a acusações de perda de mandato e violação do decoro parlamentar, o que será analisado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que tem a responsabilidade de zelar pela conduta ética dos parlamentares e garantir a integridade das instituições democráticas. A decisão final caberá à Casa, após avaliação do parecer do relator e dos argumentos apresentados pelas partes envolvidas.
Fonte: @ Agencia Brasil
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