Estimativa da CNEN: instalação para concentrado armazenamento de materiais radioativos resulta em operações seguras com rejeitos contaminados.
O Brasil está planejando estabelecer um repositório definitivo para rejeitos nucleares até o começo de 2029. Esse local será responsável por abrigar de forma segura os resíduos provenientes de atividades que geram materiais radioativos, como usinas nucleares, setores médicos e de alimentos. A criação desse repositório definitivo é crucial para garantir a proteção do meio ambiente e da população, assegurando a gestão adequada desses resíduos por longos períodos de tempo.
O depósito definitivo de rejeitos nucleares será um marco importante na história do país, representando um avanço significativo na área da energia nuclear. A construção desse depósito é fundamental para lidar de maneira eficiente e segura com os materiais radioativos, contribuindo para a sustentabilidade e segurança das futuras gerações. A implementação desse depósito definitivo é um passo importante rumo a um futuro mais responsável e consciente em relação ao uso da energia nuclear.
Desenvolvimento do Depósito Definitivo de Rejeitos Nucleares
A previsão de conclusão do repositório, conhecido como Centro Tecnológico Nuclear e Ambiental (Centena), é estimada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), entidade responsável pela regulação da atividade nuclear no país, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, que abriga as usinas Angra 1 e Angra 2, é o local onde rejeitos radioativos, como ferramentas e uniformes contaminados, são armazenados em galpões próximos às usinas. Esses depósitos definitivos são cercados por procedimentos de segurança e monitoramento rigorosos para evitar impactos ambientais e proteger a saúde das pessoas tanto dentro como fora da central nuclear.
Os materiais radioativos são acondicionados em tonéis de aço e contêineres menores antes de serem transportados para a Central de Gerenciamento de Rejeitos (CGR), um depósito composto por três galpões. Atualmente, o espaço abriga cerca de 7,9 mil volumes de rejeitos. Os galpões das usinas de Angra têm capacidade para receber materiais até o ano de 2030. A Eletronuclear, empresa estatal responsável pela operação das usinas, declarou que, caso não haja uma solução da Cnen até 2028, serão consideradas alternativas, como a construção de novos galpões no terreno da central nuclear ou a adoção de novas tecnologias de armazenamento.
O projeto Centena prevê um período de operação da instalação de 60 anos, seguido por 300 anos de monitoramento após o encerramento das atividades. A coordenadora técnica do Projeto Centena, Clédola Cássia Oliveira de Tello, destaca que a implantação passará por diferentes fases de licenciamento, desde a seleção do local até o início das operações. A previsão atual é que o Centena entre em operação no final de 2028 ou início de 2029, embora o local exato ainda não tenha sido divulgado.
Diversos países, incluindo na Europa, Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e África do Sul, possuem repositórios de rejeitos radioativos. Embora a energia nuclear seja frequentemente associada à geração de eletricidade, sua aplicação se estende a outras indústrias, como a medicina, onde é utilizada em diagnósticos, exames e tratamentos médicos. Na indústria alimentícia, a radiação ionizante é empregada para eliminar microrganismos prejudiciais e prolongar a validade dos alimentos.
A Cnen desempenha um papel crucial na decisão sobre a renovação da licença de operação da usina Angra 1, a primeira usina nuclear do Brasil, que está próxima de completar quatro décadas de atividade. A licença de 40 anos para a geração de energia está programada para expirar em 23 de dezembro de 2024, e a renovação é essencial para a continuidade das operações em 2025. O processo de renovação, iniciado em 2019, está sob responsabilidade do órgão regulador. Alessandro Facure, diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear da Cnen, destaca a importância do processo, enfatizando a segurança e a conformidade com as regulamentações vigentes.
Fonte: @ Agencia Brasil
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